Dia 30 de fevereiro, ontem, tive a oportunidade de tocar num evento chamado 'Arapiraca Forró Fest'. Muita gente. Todas elas felizes e eufóricas. Uma verdadeira celebração. Estava eu, pagodeando juntos com meus colegas de profissão. Livre de qualquer pré-conceito com o estilo. Minha profissão exige versatilidade. Farei jus. Ao fim da nossa apresentação, a próxima banda, que seria a Saia Rodada, já foi se ajeitando pra fazer seu número. Fiquei no palco, acompanhando como a equipe de uma banda grande funciona, admirado.
Isso não vem muito ao caso. Ainda lá, no palco, fitando a aparelhagem de som, ouvi um "Vou pedir pra você ficar" em tom de música. Voz crassa abusando de um vibrato corriqueiro em música de vaquejada. Era o Raí. Um dos vocalistas da banda. Cumprimentou os músicos. Demonstrou certa humildade que lhe rendeu meu bom conceito sobre ele. Aliás, o título do texto é sobre a nossa vida. A minha e a sua. Essa que nomeamos de vida. Numa questão totalmente absurda, por que não perguntamos "Por que a vida é chamada de vida?
Tudo na vida é calculado de alguma forma. Sendo digno de código. O conceito é, de uma forma um pouco mais justa, uma palavra da língua portuguesa que amplifica algumas ideias de que temos sobre algo. Significa 'noção' daquilo que não podemos (ou podemos) definir de maneira exata, em primeira instância. O pré-conceito é aquilo que concebemos antes de ter noção (conjunto de ideias sobre determinada coisa) daquilo que é pré-julgado. Eu interpreto o preconceito com um atestado de alienação. O que não é necessariamente ruim. Todos nós, somos e seremos alienados em alguma ou algumas coisas. Conhecer, também, implica desconhecer. Nosso mundo tem conteúdo demais. Um expert em informática, possivelmente, não entenderá nada de Fenomenologia existencial. É o mundo em seu perfeito equilíbrio. Não tão perfeito, mas que me causa frisson.
Voltando ao assunto.
Durante o evento, já no camarote (cortesia para os músicos), me recostei naquelas grades de ferro, olhando pro público que estava na parte inferior e pensei em muita coisa na qual escrevo aqui. Eu já pretendia, estando lá, relatar o que eu vivi. Pensei que o mundo é muito mais interessante sem o conceito, ou, pelo menos, sem o fardo dado à ele. Pensei que o mundo seria muito mais interessante se a gente não precisasse diferenciar coisas e pessoas. E pessoas como coisas. Inclusive, vi muitas pessoas como coisas lá. Mas isso é assunto prum próximo post...
Entendo racismo como uma ideia de superioridade de uma raça, com certa característica genética, (fenotípica, por sinal) em relação a uma outra. E fiz uma analogia boba, mas pertinente.
Leitor, antes que leia o que lerá, aviso: Eu não uso drogas.
Imaginei um mundo daltônico. Aqueles que estudamos na 7° série, que não conseguem distinguir o verde do vermelho. O daltonismo que inventei é mais grave. Todas as pessoas são amarelas. Os negros são amarelos e aos albinos também. Um Instagram natural. O olho humano inventado por mim, só seria sensível , ao amarelo. Seríamos, você e eu, iguais. E iguais a todos os outros. Excluiríamos o fator-racismo do mundo e seríamos mais 'em comum'.
Acometi esse pensamento "noiado" porque, se formos ousados em pensar, o racismo nasce da capacidade que o nosso olho tem de distinguir o preto do Will Smith com o branco do Mel Gibson. Olho este, que cumpre sua finalidade de maneira própria. Nosso olho vê, mas vê diferente aos demais animais. Conceituamos de 'negro', o que é visto pelo que conceituamos de 'olho humano'. O conceito vai longe. É incessante. Está em tudo e em todos. Mas, é a transcendência ao conceito, o que mais admira o pobre pecador que vos escreve.
Olhar o mundo pelo lado de fora é uma saída em direção à evolução. Vivemos em algo conceituado anteriormente com algo, e secundariamente como planeta. E, neste planeta, tudo é batizado na religião da ciência.
Me ausentando de mais parágrafos, digo que sou feliz por viver num mundo onde existe plástico-bolha, cachorro quente e Marcelo Camelo.
O resto é só insurgência mental num show de forró.
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