segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Estrela Carente

Moro no céu
Destino do homem de muita fé
Abrigo do pai ao filho virtuoso que na terra cumpriu o seu papel

Moro no céu, na fé, no fel
Da solidão, pois
Estrela, sou eu
Dos tolos sentimentos
Esmiuçando lágrimas

Insurgido, peço conversa às nuvens, que
Comovidas com o meu conto, encharcam a terra
De coração entregue, suplico: "chore"

E chove...

Meus sonhos dão vista pro caminho
Vivo em anos-luz

Ao sol, declamo poemetos que escrevi sobre as pessoas frias
Este, inspirado, faz os filhos do seu casamento com a terra
Terráqueos chorosos
Suor salgado dos que vivem a poesia do dia

Mingua-se a lua, a uma ínfima partícula de luz, atenua-se
O ciclo passa, é lua cheia, conclui-se
Há tempo de sorriso, mas só riso não dá não
Há tempo pra tristeza, silêncio e canção

A solidão acompanha muita gente
Inclusive a prosa de mim
Que mora no fim
Por ser estrela carente


Ítallo França/Milene Lima

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