Fragmentos de Deus.

Na aula de Introdução aos estudos históricos, hoje, ocorreram várias explanações sobre o que cada um pensava em relação à verdade e Deus. Conteúdos pra uma vida inteira, discutido em universidade, e que foi bastante proveitoso.

Entre os argumentos, meu amigo Julio inferiu: "Creio que o ideal seria que, no humano, habitassem duas verdades". Não foram estas palavras exatamente, mas não houve perda de sentido. Naquele momento, me veio um pensamento. No qual compartilho-vos.

Pensei num ser humano preso. Cerceado. Tudo que lhe contorna é ciência e que ele é a própria ciência. Tudo é ciência, portanto.

Após isso, sentado numa cadeira dura, olhei pro alto e tentei canalizar as ciências que me circundavam. Desde o quadrado matemático de um azulejo embaixo do quadro branco à rígida madeira da porta. Que é transformação, fabricação. Fabricaram a porta. Existem fábricas e elas fabricam, em sua excelência, a porta da sala e a cadeira durai. A revolução dos ingleses trouxe-a. Fábrica é ciência e esta não termina por aí. Está em tudo e é tudo. Somos ciência e tudo, fora e/ou dentro de nós, também a é.

Agora você ludibria e solta um: "Coisa pra louco. Papo de filósofo."

Finjo que não ouço e volto à minha inquietude: Se sou tudo e estou em tudo, por seu eu ciência em ato, sou Deus?

Gênesis 1,26: então Deus disse: "façamos o homem á nossa imagem e semelhança".

Amigos que lerão este texto, explico que não me refiro ciência no seu significado aurélisco. Ciência consiste em estudar tudo o que já existe, mas que ainda não se sabe. É uma transgressão da ignorância em luta honesta que aprimora o bicho-homem na sua faculdade mental. 

A ciência que expresso é sobre tudo isso que existe e que é, ou não, estudado ou sabido. 

Se a resposta da minha última pergunta do texto for um "sim", adorei ter visto Deus hoje de manhã, às 5, no céu em vinho.