quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Socialista Alemão e o Poeta Gaúcho.

Na quarta recém nascida, desliguei-me da rede e fui ler algumas páginas de Marx. Obviamente, uma leitura de conteúdo puramente político-social e de linguagem forte. O Alemão pensou por muitos e num raciocínio, ao meu ver, brilhante, infelizmente(?), não adquiriu a sua parte prática.

Aulas e debates interessantíssimos preenchem os dias úteis acadêmicos e minha vida transborda pr'onde nunca foi. Meu enlace com a ciência-do-passado toma corpo e estou sedento de vida em sua extrema potência. Fito os livros que estou lendo no momento e imagino os futuros. Que bom que está tudo assim.

Pegando emprestado um pensamento antoniense, digo ''A viagem só termina quando não começa''.

Amém.

Pensei no filósofos e filólogos que frequentaram o velho mundo e que deixaram, aqui, a vertigem existencial manifestada através de uma humildade socrática de saber que não sabe de nada mesmo sendo o único que sabe que sabe. Tais pensadores, do antigo e contemporâneo mundo, viveram e mesmo sendo impostos à efemeridade desta vi(n)da, não tiveram seus discursos malogrados. Ao contrário, são atrozes ao senso comum e comodista da sociedade capital em que vivo. Lembrando que, nem toda filosofia é boa, nem tampouco ruim. E nem toda é marxista. Weber ta aí como prova do contrário.

A essência disso que vos escrevo é fruto de uma incômoda reflexão minha, suscitada após algumas coisas que tive o prazer de ler e ouvir. Te convido, leitor, a pensar comigo, seguindo alguns conceitos.

Vida: Intervalo entre o nascimento e a morte.
Morte: Fato indubitável; negação da vida.

O que fazer da vida, se levarmos o fato de que um dia ela será negada?  Como usufruir desse intervalo? A vida existe fora da carne?

Se você pensa como eu, certamente, levantará questões que façam pensar numa vida contrárias à banalidade, ao fútil, ao raso, ao breve.

Baseada num discurso de um Filósofo e palestrante Brasileiro, onde ele resgata a figura de Mário Quintana. Um poeta gaúcho querido por muitos e que divorciou-se da vida em 94. Só poderia divorciar-se dela já que nunca casara e, por isso, só seria coerente usar o termo como uma metáfora.

Sua morte em 1994 não é o mais interessante. Quintana, em seu epitáfio, pediu para que "escrevessem" algo que vai soar óbvio ou engraçado, mas de um fundo poético e filosófico incrível. Na sua lápide estava escrito "Eu não estou aqui".

De fato, Quintana, nem você, nem tampouco Marx estão aí, encarcerados numa caixa de madeira. Isso é cerimonial. A vida de Quintana exala no poeta jovem que espiona livros na biblioteca do colégio ao buscar, incessantemente, a dúvida, a beleza, a língua portuguesa em sua extrema harmonia, tal como a vida de Marx emana no cientista social graduado numa faculdade Alagoana. Da Alemanha até Maceió, nas rodovias do pensamento. A boa nova será sempre nova.

E, ao final da minha reflexão, olhei pra lua dessa quarta recém nascida. Será ela um fruto de Deus?

Um comentário:

  1. Quando souber a resposta pra essa sua pergunta, me diz?

    Eu venho aqui e aprendo. Eu venho e penso. Eu venho e não saio a mesma.

    É!

    Beijo.

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